segunda-feira, 7 de maio de 2012

Noções básicas de versificação


Versificação - Noções Básicas



Versificação – é a arte ou a técnica de fazer versos.
Verso – é uma linha de um poema. Pode ou não ter sentido completo.
Ritmo – é o resultado da sucessão de sílabas fortes e fracas (tónicas e átonas) com intervalos regulares ou não muito espaçados. O ritmo é uma fonte de prazer estético auditivo. Pode apresentar-se lento e vagaroso, rápido e sincopado.
Exs.: Ritmo lento:
«Houve outrora um palácio, hoje em ruínas
Fundado numa rocha à beira-mar…»
(Gomes Leal)
Ritmo rápido: «Beijo na face
pede-se e dá-se.»
(João de Deus)
Rima – é a correspondência (identidade ou semelhança) de sons verificada a partir da vogal tónica
da última palavra de dois ou mais versos.
Ex.: «No plaino abandonado
…………………………
De balas trespassado
…………………………»
(Fernando Pessoa)
Por vezes, uma dessas palavras está situada no interior do verso seguinte.
Ex.: «Baladas de uma outra terra, aliadas.
Às saudades das fadas, amadas por gnomos idos».
(Fernando Pessoa)
– Versos rimados – são os versos que rimam entre si.
Ex.: «A arte em nós se revela
sempre de forma diferente:
cai no papel ou na tela
conforme o artista sente.»
(António Aleixo)
– Rimas
• Cruzada – os versos rimam alternadamente.
Ex.: «No dia de S. João
Há fogueiras e folias
Gozam uns e outros não
Tal qual como os outros dias.»
(Fernando Pessoa)
• Emparelhada – os versos rimam dois a dois ou três a três consecutivamente.
Exs.: «Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar o engenho e arte
(Luís de Camões)
• Interpolada – entre dois versos que rimam, há dois ou mais sem rima ou de rima diferente.
Ex.: «A cena é muda e breve:
Num lameiro,
um cordeiro
a pastar ao de leve…»
(Miguel Torga)


• Encadeada – a palavra final de um verso rima com outra situada no interior do verso seguinte.
Ex.: «Que alegre campo e praia deleitosa!
Quão saudosa faz esta espessura…»
(Tomás Ribeiro)
• Consoante – é a perfeita correspondência de sons finais (vogais e consoantes).
Chama-se rica, se a correspondência de sons se dá em palavras de diferentes classes gramaticais; diz-se pobre, se a correspondência se dá em palavras da mesma classe gramatical.
Ex.: «As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
(Luís de Camões)
• Toante – é a correspondência de sons finais, produzidos só pelas vogais.
Ex.: «Já só pensando escuto-me e resido
Já falo assim;
Meu próprio diálogo interior divide
Meu ser de mim.»
(Fernando Pessoa)
– Versos soltos ou brancos – são os versos que não obedecem a qualquer tipo de rima.
Ex.: «Em Junho, a fruta começa a apetecer,
Um homem passeia no cais e debulha
uma nêspera com ar de quem faz horas.»
(António Cabral)
– Sílabas métricas – são os sons apercebidos pelo ouvido.
À contagem das sílabas métricas, dá-se o nome de escansão.
– Regras para a determinação do número de sílabas de um verso:
• A última sílaba tónica corresponde à ultima sílaba métrica.
• A vogal átona final e a vogal inicial (tónica ou átona) elidem-se, formando apenas uma sílaba métrica.
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Conforme o número de sílabas que os constituem, os versos têm designações diferentes. Seguem-se os mais frequentes.
• Versos de cinco sílabas – redondilha menor.
• Versos de sete sílabas – redondilha maior.
• Versos de dez sílabas – decassílabos.
• Versos de doze sílabas – alexandrinos.
– Estrofes – são conjuntos de versos separados graficamente por um espaço e formando, geralmente, cada um, sentido completo.
Conforme o número de versos que as constituem, as estrofes tomam designações diferentes.
Parelha ou dístico – estrofe de dois versos.
Terceto – estrofe de três versos.
Quadra – estrofe de quatro versos.
Quintilha – estrofe de cinco versos.
Sextilha – estrofe de seis versos.
Oitava – estrofe de oito versos.
Décima – estrofe de dez versos.

Fonte: Língua Portuguesa - 9.º ano, de Maria Ascensão Teixeira e Maria Assunção Bettencourt, 2004, Texto Editores.

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