quarta-feira, 30 de maio de 2012

Concordância do verbo com o sujeito



«Tal como acontece na concordância entre substantivos e adjectivos, a concordância entre sujeito (que pode ser composto por vários nomes) e verbo é regida por uma regra geral que diz que o verbo concorda com o nome em género e número.


No entanto, podem surgir várias excepções e casos duvidosos. Normalmente estes casos devem ser regidos pelo princípio de querermos dar um traço de unidade ou diversidade ao sujeito. Na seguinte lista indicamos alguns casos que podem levantar dúvidas:

1) Quando o sujeito é composto por dois ou mais nomes ou pronomes no singular, e quando estes vão para antes do verbo, este vai para o plural (Ex.: O João, a Maria e o Rodrigo vão à escola).

2) Se o sujeito for composto por pronomes pessoais diferentes, a 1.ª pessoa prevalece sobre as restantes e a 3.ª pessoa normalmente prevalece sobre a 2.ª (Ex.: Tu e ele vão correr).

 
3) Se o verbo estiver anteposto a um sujeito composto por vários nomes, o verbo pode ir no singular (Ex.: Está a crescer o analfabetismo e a pobreza).

 
4) Se o verbo estiver antes do sujeito e o primeiro elemento do sujeito for singular, o verbo pode ficar também no singular (Ex.: Apareceu o Miguel e os irmãos).

 
5) Quando o sujeito é composto por vários nomes no singular que exprimem a noção de gradualidade ou que, de alguma forma, revelam unidade semântica e não são unidos pela conjunção e podem ser associados a um verbo no singular (Ex.: Essa revolta, fúria, raiva, será a tua perdição).

6) Se o sujeito traduzir uma pluralidade de elementos abrangidos por termos como nada, ninguém, tudo, isso, isto, aquilo, o verbo vai para o singular (Ex.: A escova, a roupa, o dinheiro: tudo está dentro da mala).

7) Quando há vários nomes mas o verbo afecta apenas um destes, o verbo fica no singular (Ex.: O João ou o Frederico vai tratar do assunto).

8) Se o sujeito for composto de elementos unidos por com, o verbo vai para o singular, se for anteposto ao sujeito, e para o plural, se for posposto (Ex. Chegou o João com a Maria / O João com a Maria encontraram-nos).


9) No caso de nem ou ou, o verbo fica no singular, se a acção se refere apenas um dos elementos do sujeito (Ex.: Nem o presidente nem o primeiro-ministro esteve presente), ou fica no plural, se abranger ambos os sujeitos (Ex.: O Nelson ou o Marco podem ficar cá em casa).


10) O sujeito composto por infinitivos leva sempre o verbo no singular (Ex.: Ir e vir é um saltinho).

 
11) A expressão um dos que é acompanhada do verbo no plural (Ex.: Ele foi um dos que sobreviveram ao desastre).

 
12) Quando os dois sujeitos partilham claramente a mesma identidade, o verbo normalmente vai para o singular (Ex.: Clark Kent e o Super-homem é uma e a mesma pessoa).

 
13) Numa oração relativa introduzida por quem, o verbo vai para a 3.ª pessoa do singular (Ex.: Foram vocês quem agrediu o Zé?). Mas se for usado o pronome que, o verbo concorda com o antecedente (Ex.: Foram vocês que agrediram o Zé?). No entanto, se o antecedente de que for uma expressão partitiva, o verbo vai para a 3.ª pessoa do plural (Ex.: Tu és um de muitos que ficaram para trás.)

 
14) Nas orações impessoais, os verbos ser e parecer concordam com o predicativo (Ex.: São nove horas).


15) O sujeito composto constituído por mais de uma oração não implica a concordância verbal no plural (Ex.: Quem já está e quem está para chegar vai ter de esperar).»

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