domingo, 28 de outubro de 2012

Declamar: todo um programa...

Como sabem, de acordo com o programa de literatura portuguesa, nas aulas de poesia deve haver momentos de declamação, "performance" e dramatização.
 
Porém, declamar é "todo um programa". Há tantas versões de um poema quantas as pessoas que se decidirem declamá-lo. E, embora esteja ciente de que o que vou escrever escandalizará muitos, não sou grande apreciadora de um dos mais conhecidos declamadores nacionais, João Villaret. É por saudosismo que gosto de o ouvir.
 
Detesto histerias declamatórias. Ao invés, gosto de leituras, e declamações, bastante neutras. Aprecio um - nem sempre muito neutro - Mário Viegas.
 
E vocês? O trabalho para casa que lhes proponho consiste em escolher, das diversas versões do poema de António Nobre que publiquei, aquela que lhes agrada mais. Num texto com um mínimo de 90 e um máximo de 100 palavras, devem justificar a vossa escolha (obedecendo aos preceitos do texto de apreciação crítica).

[Na praia lá da Boa Nova, um dia], António Nobre - Carla Bolito


[Na praia lá da Boa Nova, um dia], António Nobre - Daniel Maia-Pinto Rod...


[Na praia lá da Boa Nova, um dia], António Nobre - Rita Reis


[Na praia lá da Boa Nova, um dia], António Nobre - Mick Mengucci


Um Poema por Semana, RTP2 - Antonio Nobre - Claudia Effe .mp4


Quem foi... António Nobre? II

 
«Perfil Literário

 
A debilidade física e a preocupação com a morte foi algo que marcou de forma indelével a sua personalidade, desde logo por ser o mais mimado e superprotegido da família, e concedeu à sua obra o carácter egotista que a caracteriza.

Se nos seus poemas pesa o pendor triste, dramático e desesperado, nas suas cartas vibra aqui e além o apego à vida, a esperança da cura e também a alegria.

A sua escrita entre 1895 e 1889, com algumas excepções de sonhos de amor e glória, dão largas à amargura e angústia de uma existência vincada pelo medo da morte mas também pela resignação.

Só, o livro referência que nos deixou, foi publicado em Paris em 1892, considerado pelo próprio "o livro mais triste que há em Portugal". O livro surge no contexto de depressão moral colectiva quando ainda se fazia sentir a vaga de comoção originada pelo romantismo, mas o Só é também marcado pelo temperamento melancólico de A. Nobre, pela subjectividade expressa na exclusiva preocupação consigo próprio, mesmo quando se mostra atento ao mundo envolvente que o liga às memórias da infância.

A importância de A. Nobre é fruto da forma coloquial e efabulada como soube falar de si mesmo, especialmente no Só. A sua compleição frágil e porte sedutor faziam com que se notasse em toda a parte, a forma como compunha as suas roupas evidenciavam-no, o seu amigo Alberto Oliveira informa-nos que: "deu nas vistas, e as mais bonitas raparigas prendiam nos dele os seus olhos...".

A exacerbada consciência da sua singularidade, a confiança no interesse espontâneo que suscitava e que ele procurava tornar mais vivo, são a calda de originalidade dos seus poemas, ou seja, António Nobre sobrepõe-se a todas as influências possíveis de encontrar nos seus versos: o romantismo, o realismo e o simbolismo.


Insere-se numa estética decadentista/simbolista, renovando o romantismo de Garrett e anunciando o modernismo de Sá-Carneiro. É figura dominante do grupo Boémia Nova. A tuberculose, que cedo o atacou, forçou-o a uma vida de peregrinação pela Suíça, Inglaterra e Madeira, acabando por morrer precocemente, o que não impediu que o nome de António Nobre figura entre os grandes poetas da literatura portuguesa de todos os tempos, levando Fernando Pessoa a afirmar: "Ele foi o primeiro a pôr em europeu este sentimento português das almas e das coisas, que tem pena de que umas não sejam corpos, para lhes poder fazer festas, e de que outras não sejam gente, para poder falar com elas".»
 

Quem foi... António Nobre? I


«Nasceu no Porto, em 1867. Depois dos primeiros estudos, segue para Coimbra com o intuito de estudar Direito, mas desgosta-se do ambiente académico, sobretudo do trote de iniciação, que lhe causa profundo vexame. Em consequência, refugia-se na sua "torre de Anto", longe do bulício e das sebentas. É já, nessa altura, um poeta hipersensível, todo voltado para dentro de si e para os distantes anos da infância em sua cidade natal. Reprovado duas vezes, segue para Paris a fim de levar a cabo seu intento de bacharelar-se, o que finalmente consegue, não sem grandes sofrimentos morais. Esses anos parisienses são-lhe de grande impor-tância, particularmente do ângulo poético: sua poesia amadurece e frutifica num volume, o Só, publicado em 1892, sob a inspiração do Simbolismo Francês, sobretudo de Verlaine, graças à consanguinidade de temperamento e sensibilidade. Já nessa altura, senão antes, começam a aparecer-lhe os primeiros sintomas da tuberculose. De volta a Portugal, revisita os lugares queridos da -infância em busca de saúde, que sente fugir-lhe progressivamente. A conselho médico, vai à Madeira, à Suíça e a Nova Iorque: tudo em vão, pois a moléstia lhe havia minado de vez o débil organismo. Regressa definitivamente aos penates, à espera da morte, que sobrevém no mesmo ano em que falece Eça de Queirós: 1900. Morre com apenas trinta e três anos.
Ao falecer ainda moço, António Nobre deixava publicado um único livro, o Só (1892), e alguns inéditos que vieram a constituir dois volumes, as Despedidas (1902) e os Primeiros Versos (1921). Dotado de estranha e refinada sensibilidade, que o fazia um esquizóide e um alfenim, facilmente se deixava atingir pelas pessoas com as quais era obrigado a entrar em contacto e pelas circunstâncias adversas que teve de enfrentar pela vida fora. Desse modo, na essência mesma de sua hipersensibilidade era um romântico acabado. Sua cosmovisão comprova-o nitidamente: sentimental, emotivo, introspectivo até onde alguém pode ser, exilou-se totalmente da realidade circundante e passou a viver isolado, em sua "torre de Anto" real ou fictícia, entregue a um solipsismo doentio e narcisista.
Esse narcisismo denotava um temperamento passivo, feminóide, e uma debilidade psíquica e física, que o tornavam presa fácil das emoções mórbidas e da tuberculose que o vitimou. Mis ainda: fazia-se acompanhar duma nota de autocomiseracção lo transformada numa melancolia e num tédio ensombrados pela p sença da Morte, ao mesmo tempo desejada e odiada. Por s vez, a autocontemplação enche-se de ternura e de piedade consoladora, e gera um pessimismo de derrotado antes de lutar, próprio de quem contempla a inexorável passagem das horas sem poder interromper-lhe a progressão, e, pior ainda, tem a dolorosa sensação de que a vida se esvai inútilmente, antes de ser vivida.
O resultado é que o poeta acaba vendo tudo através duma cortina de lágrimas, tomado dum sentimento ambíguo e entristecedor: a um só tempo, desadora a vida porque esta lhe parece schopenhauerianaménte um fio ininterrupto de dores, e lastima abandoná-la. Dela recebe não só amarguras, mas também um gozo estético e afectivo, no amor da Mulher ("Purinha": "Aquela que, um dia, mais leve que a bruma,/ Toda cheia de véus, como uma Espu-ma,/ O Senhor Padre me dará para mim"); na contemplação comovida da terra natal e no encontro, em plenitude enternecida, de seus familiares ("Viagens na Minha Terra") ; no congraçamento com os deserdados da fortuna, nos quais o poeta enxergava irmãos de dores e aflições ("Males de Anto": "Aos pobrezinhos enxugava-lhes o suor./ A minha bolsa pequenina de estudante,/ Era pros pobres."); e no encontro de outros valores espirituais. Mas o voltar-se para fora é ainda como se estivesse flectido para dentro de si, pois o poeta incorpora os seres e as paisagens que contempla como se fossem emanações orgânicas do seu "eu" hipertrofiado às raias de se tornar do tamanho do mundo.
Entretanto, ao debruçar-se absortamente em seu mundo interior, António Nobre realiza uma espécie de amarga reflexão sentimental de sua via-crucis dolorosa até à cova, sob o acalanto da Morte, do Fado inamovível ("A Morte, agora, é a minha Ama / Que bem sabe acalentar!"). E ao meditar a sua obsessão, o poeta desintegra-se paulatinamente, como se bastasse lembrar para diminuir, em vez de aumentar, o espaço que o separa do Nada temi-do, odiado e a um só tempo esperado. Como se nota, desencadeia-se um movimento em espiral que envolve toda a poesia de alguém que se julgava "o poeta-nato, o lua, o santo, o cobra!", um poeta pessoalíssimo, senhor dum individualismo narcisista que o afastou de Maior influência constrangedora: um poeta portuguêsíssimo, pela retomada da tradição que remonta à Idade Média e pelo culto enternecido da paisagem e da gente Portuguesa.
Dessa forma, para António Nobre iam convergindo várias linhas poéticas em curso no seu tempo: algumas delas vinham do Romantismo, concentradas na atitude da pose e da vaidade em feminino, da artificialidade e da máscara teatral, herança de Garrett, seu mestre em dandismo e em poesia de requinte e finura: "Ora, às ocultas, eu trazia / No seio, um livro e lia, e lia, / Garrett da minha paixão... ". Ao seu neogarrettismo se juntava a presença de notas trazidas pelos ventos novos do Simbolismo (as vaguidades, as sinestesias, o mistério das coisas, o gosto do oculto, do supersticioso, as atmosferas neblinosas, etc.). Ainda se observa em António Nobre qualquer coisa da poesia do quotidiano realista, mas, como sempre, acomodado ao seu peculiar feitio de sensitivo incapaz duma rebeldia heróica: "Olha! Estudantes, dando o braço às raparigas, / Caras de leite, olhos de luar, tranças d'estrigas".
Entenda-se, porém, que tudo isso constituem forças estimuladoras da atmosfera literária em que António Nobre se formou, e não influência despersonalizadora: o poeta só aceitava os estímulos externos que lhe correspondiam às mais íntimas propensões de romântico por natureza e sensibilidade. Em suma: era demasiado egocêntrico para seguir outros caminhos que não os descortinados por sua intuição, faculdade que nele parece coincidir com o chamado sexto sentido feminino, tão aguçada é no registo de vibrações mínimas da sensibilidade. Por conseguinte, torna-se difícil encaixar no Simbolismo um poeta dessa categoria, ainda para mais preso medularmente ao solo natal, a ponto de exclamar nas "Viagens na Minha Terra": "6 paisagem etérea e doce, / Depois do Ventre que me trouxe, / A ti devo em tudo que sou! ".
A esse portuguêsismo garrettiano, telúrico e apaixonado, vincula-se outra característica de António Nobre: poeta estritamente emocional (com todas as restrições e sentidos que implica tal classificação); nele a razão ou a inteligência exerce pouca ou nenhuma influência. Pletórico de emoção, para ele o mundo; é Portugal, "essa doida terra", "cheia de Cor, de Luz, de
Som": uma visão estética, portanto, e emotiva, semelhante à da mulher, para não dizer que prolonga a do menino de "olhos tão doces" que foi. António Nobre vive obcecado com a infância, seu "paraíso perdido": "Menino e moço, tive uma Torre de leite, / Torre sem par!"
Tudo isso, mais o seu ensimesmamento de hipersensível alheio aos ruídos da vida literária, ajuda a explicar que não alcançasse em vida a nomeada de Eugénio de Castro.
Entretanto, soube realizar o que o outro não pode: graças à anarquia de base que lhe punha romanticamente a alma em torvelinho, colaborou para libertar o sentimento poético da opressão das preceptivas e códigos literários, aceitos consciente ou inconscientemente por quase todos. Essa como incapacidade para aderir às normas, esse inconformismo natural, tornou-o verdadeiramente um precursor da poesia moderna, pelo menos nalguns aspectos de sua obra. António Nobre promoveu, em poesia, a revolução de linguagem levada a efeito por Garrett: introduziu-lhe o tom narrativo, oral, coloquial quase prosaico, numa arritmia às vezes acompanhada do emprego de versos assimétricos.
Está certo que estes, Eugénio de Castro os empregava desde o Oaristos, mas sem convicção, como se praticasse um mero exercício de expressão poética. Em António Nobre, ganham um travo moderno, graças ao à-vontade do poeta, que nos dá a impressão de criar seus poemas à medida que fala, em vez de construí-los artesanalmente, no silêncio de seu gabinete de trabalho.
O tempo constitui outra força-motriz da poesia de António Nobre, em que também se patenteia seu cariz moderno: tempo quase sempre passado, indicativo dum poeta volvido para as lembranças autobiográficas, no culto mórbido da saudade. Por isso, o saudosismo é outra marca de sua poesia: pode-se dizer que todos os poemas do Só, obra que mais de perto interessa, pois o resto ou é póstumo ou corresponde às primícias do poeta, tem como fulcro a saudade.
Mais importante que o tempo-saudade para aferir da modernidade de António Nobre é o tempo-duração, que já se vislumbra em sua poesia: em mais de um passo, o poeta fala do fluir irremediável do tempo e articula suas lembranças em dois planos pretéritos, como é o caso por exemplo de "António" ou da "Lusitânia no Bairro Latino", planos esses correspon-dentes à noção de que o tempo transcorre não em linha reta mas em ondas que abarcam simultaneamente o presente, o passado e mesmo o futuro.
Tudo isso revela um poeta moderno: poeta "inspirado", espontâneo, abriu caminho em Portugal para o reconhecimento da poesia como "ciência demoníaca", na esteira de Baudelaire, de cuja fascinante revolta não ficou totalmente alheio. A poesia de António Nobre respirava pureza e primitividade pouco frequentes, qualidades suficientes para abrir trilhos novos na poesia contemporânea e tornar-se prenúncio claro da deificação do acto poético, preconizado e realizado pelo grupo do Orpheu, especialmente por Mário de Sá-Carneiro, tão emotivo e hipersensível quanto o autor do Só. Criticamente, este último provoca menos vibração intelectual que Camilo Pessanha, mas, se nos dermos à leitura de sua poesia sem preocupações de ordem crítica, e sim com o intuito de conviver com a beleza que gera emoção estética, - então haverá poucos poetas portugueses que se lhe comparem.»
(In http://books.google.pt/books?id=xcQYSXj0xN0C&pg=PA214&lpg=PA214&dq=ant%C3%B3nio+nobre+massaud+mois%C3%A9s&source=bl&ots=mufX6d2Wys&sig=B2Qk97wXId0ww2R6MjgkizExhuo&hl=en&sa=X&ei=qXmNUJqOC9GwhAezu4HACg&ved=0CBkQ6AEwAA#v=onepage&q=ant%C3%B3nio%20nobre%20massaud%20mois%C3%A9s&f=false)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As "Folhas caídas", de Almeida Garrett

Encontrei, no blogue de um professor "nosso vizinho" (http://bloguedosapontamentos.blogspot.pt), os seguintes apontamentos:
«Eis alguns apontamentos que a leitura e a análise de Folhas Caídas suscitaram:

1. Este livro de poemas de Almeida Garrett nasce já numa fase adiantada da sua vida, como o título sugere, a idade outonal, quando o autor se julgava incapaz de ser poeta. Confessa o autor que os poemas se referem a «uma época de vida íntima e recolhida». Temos, portanto, simultaneamente um certa tendência para a confusão entre a Poesia e a Vida. Muitos vêem neste livro o espelho de uma paixão amorosa fulgurante que o ligou à viscondessa da Luz , Rosa de Montufar, remetendo assim um número significativo de poemas para referentes reais (o autor e aquela senhora da alta sociedade). Tal confirma-se ao nível dos textos pela profusão nas referências a luz e rosa. Por tudo isso, o livro Folhas Caídas foi lido pelo público de então como quem devassava um escândalo.

2. Nesta colectânea podemos encontrar dois grupos de poemas. Um grupo de poemas versa a temática amorosa, numa feição quase confessional, em que o sujeito poético transporta para a poesia os acontecimentos da sua história de amor, com todos os ingredientes de uma relação intensa de amor /paixão. Há mesmo quem vislumbre aí um certo exibicionismo, tão comum à personalidade marcante do poeta.
Outro grupo de poemas, sobre os quais não tem incidido de igual modo a atenção dos leitores, é constituído por poesias de circunstância mundana («Álbum», «Exilados» , «Adeus, mãe!»... ), que mais não são do que um atenuante do autor para a apresentação dos poemas da circunstância amorosa.

3. A disposição dos poemas relaciona-se com o carácter algo teatral de Garrett, que gostava de encenações, de aparato cénico. Assim se justifica que a colectânea abra com um poema/dedicatória mistificadora a um «Ignoto Deo» (a um deus desconhecido), que com a «Advertência» constitui o verdadeiro prólogo e introdução do livro.
No poema «Ignoto Deo» o poeta expressa a apetência por um idealismo de carácter platónico, onde valoriza o ideal de beleza, de verdade, o puro amor, a essência. Aí reforça o sentido do livro que apresenta a essa mulher que será a expressão viva do Ideal: «a confissão sincera /da alma que a ti voou e em ti só espera».
Segue-se, depois, a exposição da sua história de amor. O sujeito poético desenvolve essa história em três fases: sedução, idílio, e saturação, que precede a ruptura. Todavia esta história é escrita de forma anacrónica, pois o poema «Adeus» , embora seja o primeiro dessa história de amor, refere-se já ao fim da paixão amorosa, ou seja a ruptura dos amantes. Esta ruptura, associada à consciência de perda irreparável, reflecte uma situação psicológica dramática - a recusa à intimidade e ao amor, devido ao sentimento de «íntima vileza» . No fundo o sujeito poético expressa a sua incapacidade de amar, como resultado do sentimento de indignidade que se reconhece: «Este que amar-te não sabe / Porque é só terra - e não cabe /Nele uma ideia dos céus...».
Depois o poeta passa para a retrospectiva da sua história de amor. Os poemas que versam a fase da paixão são os seguintes: «Quando eu sonhava» , «Anjo Caído». O poema «Aquela Noite» trata a temática da brevidade do amor à primeira vista («coup de foudre»), que submete num instante a vida ao poder da fatalidade. Aí está bem patente a imagem da ‘mulher fatal’, aquela que provocou todo o desenvolver desta história de amor, que se prevê trágica, como se vê na presença das expressões «negro fado», «loucura», «sedução». No poema «Adeus» foi o homem, com toda a sua vileza que levou à degradação do amor e da mulher. Neste poema dá-se o contrário.
No poema «Anjo Caído», a mulher foi novamente vítima de dor e aviltamento pela ligação a um homem incapaz de verdadeiramente amar, afastando-se já da mulher fatal. Ela é o «anjo caído» que arrasta na sua queda o homem que a perdeu.
Os poemas da fase da plenitude amorosa iniciam-se com «Este Inferno de Amar» e vai até ao poema «Coquette dos prados». Estes poemas reflectem um amor em que há uma entrega total ao presente. Explora-se, aí, o jogo das antíteses inerentes à expressão do amor, imprimindo-lhe uma veemência única na poesia amorosa portuguesa, o que realça o realismo da experiência sentimental. No poema «Este Inferno de Amar» a vivência amorosa está associada à consciência de pecado, o que provoca a dualidade trágica em que se debate o eu poético apaixonado, dividido entre a aspiração a um amor «de alma», expressa nas imagens-símbolo «estrela», «céu», e a atracção da «carne», simbolizada pelo «fogo do inferno» e pelas «trevas».
O poema «Destino» constitui a auto-justificação do apaixonado, no sentido de resolver o dilema moral em que se debate: a sua submissão ao poder do amor como expressão do fatalismo próprio de todas as coisas da Natureza, e a que não pode fugir, porque é indispensável à sua razão de existir. Porém no poema «Adeus» tal é contrariado, pois aí se vincam as ideias da transitoriedade e da frustração próprias de toda a vivência amorosa.
No poema «Gozo e Dor» o poeta infringe todas convenções literárias e canta o amor físico e a posse da mulher amada. E nos poemas seguintes («Rosa sem espinhos», «Rosa pálida») há conotações deliberadas, com o fim de desvendar as suas motivações eróticas, talvez com o intuito de perpetuar pela escrita o que é efémero. Nestes poemas é de salientar as cumplicidades da intimidade amorosa expressas num tom de confidência espontânea, galanteadora, parecendo fútil, mas reforçada com a veemência apaixonada. Seguem-se alguns poemas cujos temas em destaque são o fatalismo da paixão e a ânsia de morrer, assim como a descrição alegórica da amada pela referência à flor ( poema «Rosa e Lírio»). Tratam-se dos poemas que correspondem ao idílio amoroso.
O poema «Rosa e Lírio» é, no entanto, um prenúncio da fase da separação, ainda que indirectamente: expressa-se uma oposição, que supõe uma antítese moral, embora em forma alegórica, - rosa /beleza / indiferença ; lírio / martírio /paixão .
O poema «Os cinco sentidos» constitui o centro das poesias que exprimem o amor-paixão. No poema através da expressão gradual dos sentidos se nota uma aproximação maior até ao contacto e à união total com a mulher amada. O amor daí resultante ultrapassa o prazer dos sentidos, pois vai até à morte «Em ti a minha sorte, / A minha vida em ti; /E quando venha a morte, / Será morrer por ti».
A fase seguinte é a fase da saturação ou se quisermos da desilusão. Corresponde a poemas como «Cascais», «Víbora». No primeiro evocam-se os momentos que se viveram felizes, isolados do mundo identificando-se com tudo o que os rodeava. Mas depois surge o desengano e a separação. E já nada daquela paisagem vista subjectivamente como «sítio encantado» aparece na natureza.
No poema «Estes Sítios», o passado e o presente interpenetram-se na retrospectiva da «história de amor». O amor aí evocado está associado, na perspectiva romântica, ao elogio da vida espontânea, em contacto directo com a natureza. Enquanto isso, o sujeito poético repudia a simulação da vida citadina e social. Nesse poema devem salientar-se as oposições cidade / campo, indivíduo / sociedade, autenticidade / hipocrisia, amor correspondido/ amor frustrado. Este último resultaria da intromissão da mundaneidade (o viver mundano ou social) na intimidade amorosa.
No poema «Não te amo» , o poeta a firma o seu desentendimento com a mulher amada e a sua incapacidade de amar, resultante do seu desdobramento psicológico, expresso no conflito amor / desejo. Neste poema manifesta-se a dicotomia fundamental que caracteriza a poesia de Garrett: amor ( o sentimento envolto em espiritualidade que conduz à salvação e à regeneração do homem) opõe-se ao amor-paixão, que constitui a degradação ou «perdição» do indivíduo.
No poema «Beleza» o poeta distingue entre «beleza» e «formosura», como expressão do dualismo alma / corpo. «Beleza» - remete para o amor espiritual, purificador; «formosura»- é o aspecto físico («formas de encantar»).
No poema «Anjo és» desenvolve-se a antítese anjo/mulher. Aí o poeta sugere a fascinação do eu perante a ambiguidade da mulher, expressa através da dupla interrogação.
No poema «Víbora» exprime-se a revolta contra o poder avassalador da paixão. O amor aí amaldiçoado exprime-se pela antítese vida /morte.

4. O poema «Barca Bela» caracteriza-se pela impessoalidade e ausência de dramatismo, com grande simbolismo e de feição alegórica. Ele condensa através de imagens-símbolo, em ambiente de fatalidade, toda a vivência amorosa do poeta. Este, tal como o herói romântico, o homem fatal ( «o pescador») só fugirá aos riscos terríveis do amor-paixão se recusar a pesca (sedução) da mulher-sereia, que fascina pelo seu encanto, mas que arrasta para a perdição.

5. Linhas temáticas mais dominantes:

·A expressão sincera de um coração dominado pela paixão amorosa.
·A expressão de um amor sentido e vivido e não já uma simulação ou a idealização de um amor, simplesmente intelectualizado e expresso em moldes convencionais, como nos clássicos.
·O tom confessional dos seus poemas de circunstância amorosa, alguns poemas integram-se na linha da «poesia de alcova» que caracteriza alguma poesia romântica. Alguns poemas apresentam uma certa feição dramática. Esta revela-se na constante dialéctica entre o eu poético e um tu - mulher amada. A mulher amada, interlocutora, é invocada quando ausente, ora através das inúmeras apóstrofes que a evocam, ora se sugere a sua presença nas respostas repetidas pelo sujeito poético ( poema «Adeus»).
· O amor-paixão: sentimento repleto de contradições, expressas em antíteses de vida/morte, amar/querer ( amor da alma / amor do corpo), sensualidade-erotismo / idealismo.. Esse amor resulta do encontro contraditório entre uma mulher fatal e o homem ou entre a mulher-anjo que se deixa seduzir pelo homem que apenas a deseja e é incapaz de um verdadeiro amor, que deve ser de alma e não de corpo.
·Um amor que é prazer e dor; que é salvação, quando é de alma ; e é pecado, quando apenas se vive pelos sentidos e pelo desejo.

6. Aspectos formais mais relevantes:

· Valorização das tradições poéticas portuguesas:
- preferência pela redondilha maior (sete sílabas),
- emprego do refrão e do paralelismo («Barca Bela»),
· Grande variedade métrica: adequação ao ritmo e desenvolvimento do tema ou motivo poético : uso de versos de metro raro, tais como os bissílabos e trissílabo («Rosa e lírio»), o verso de nove sílabas (eneassílabo), de onze sílabas (hendecassílabo); e uso do decassílabo heróico, mas com menor frequência.
· Uso de estrofes variadas: quadra, sextilhas, sétimas, oitavas, quintilhas décimas, alguns poemas apresentam estrofes com um número variado de versos.
· Recurso a rimas cruzadas, por sugestão popular, mas também às rimas emparelhadas e interpoladas. O poeta recorreu também às rimas interiores e encadeadas ( poema «Não te amo»).
· Há nos seus poemas o paralelismo, aliterações,.
· A linguagem é quase sempre simples e directa, aparentemente espontânea e marcada pela emotividade: o que está patente no uso da pontuação (travessão, reticências, exclamações).
· Nalguns poemas há marcas de narratividade e do género dramatização: diálogo eu - tu, narração.
· exploração com originalidade de recursos estilísticos: anástrofe, anáfora, interrogação, imagem, reticência, hipérbole, gradação, comparação, a metáfora e a antítese.
Os sinais de pontuação estão ao serviço da expressividade e do dramatismo, fazendo sublinhar as pausas naturais do discurso emotivo.

7. Aspectos românticos:

- O tratamento do sentimento amoroso: sinceridade, sensualidade e erotismo; feição contraditória (amor/ morte; dor/prazer; amor físico - amor ideal);( poemas «Este Inferno de Amar», «Não te amo»);
- Concepção da mulher : mulher-anjo / mulher-demónio («Anjo és» «Barca Bela»;
- Jogo de oposição: natureza-sociedade; homem natural /homem social («Estes sítios» e « Adeus»);
- A natureza como um estado de alma («Cascais» e «Estes sítios»;
- Valorização da tradição poética portuguesa («Barca Bela»;
- Linguagem mais simples , directa e espontânea;
-Valorização da emoção diante da razão.
- O tom confessional de alguns poemas : «Adeus», «Cascais», etc.»

É só clicar e... já está!

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Objetivos para o teste de avaliação

  • Conhecer textos poéticos do século XIX
  • Identificar as marcas caraterizadoras de Almeida Garrett, de acordo com o movimento estético-literário em que se insere
  • Aperceber-se dos traços inovadores presentes na poesia deste autor
  • Analisar poemas, articulando forma e conteúdo

«Barca Bela», de Almeida Garrett


"Rosa sem espinhos" de Almeida Garrett


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Quem foi... Almeida Garrett?, pela Sónia


 
Este trabalho foi elaborado a pedido da professora de Literatura Portuguesa e com ele pretendo conhecer um pouco mais Garrett, assunto falado já nas aulas anteriores.
Garrett não foi apenas escritor, mas também cronista, historiador, etnógrafo e crítico consciente e, como prova, temos os seus livros.
O que sei deste homem vitorioso é escasso, mas, por isso, vou abordá-lo, para mais tarde relembrá-lo com um pouco mais de sabedoria.

Biografia
João Baptista da Silva Leitão, a que só depois acresceram os apelidos Almeida Garrett, nasce a 4 de Fevereiro de 1799 no Porto.
A 10 de Fevereiro é baptizado na igreja de Stº Ildefonso. Segundo filho, entre cinco irmãos, de António Bernardo da Silva e de Ana Augusta de Almeida Leitão, família burguesa ligada à actividade comercial e proprietária de terras na região portuense e nas ilhas açorianas.
Passou a sua infância na Quinta do Castelo, para onde a família se transferiu, e na do Sardão, ambas ao sul do Douro, no concelho de Gaia. Ao embaixador de velhas histórias e lendas populares das criadas Brígida e Rosa de Lima junta-se o preceptorado do tio paterno, bispo de Malaca, Frei Alexandre da Sagrada Família, e do materno tio João Carlos Leitão, formado em cânones e depois juiz de fora no Faial.
Em 1809 parte com a família para os Açores, antes que as tropas de Soult entrassem no Porto. Passa a adolescência na ilha Terceira, destinado à carreira eclesiástica, entre a escola régia do padre João António e as aulas do erudito Joaquim Alves a que a aprendizagem no seio familiar dava sequência. Chegou a tomar ordens menores com que, por intercedência do tio Alexandre, então bispo de Angra, deveria ingressar na ordem de Cristo. No entanto, desde cedo recusou prosseguir.
Em 1821 vai para Coimbra e matricula-se no curso de Direito. Ao contacto com os escritores das Luzes acresceu a leitura dos primeiros românticos, enquanto transformava em ardor revolucionário a rápida adesão às ideias liberais. A vivência académica seria determinante na sua iniciação política e filosófica. Ainda estudante, participa no movimento conspirativo que conduziria à revolução de 1820. Paralelamente começava, irreverente, a vocação literária: no ano seguinte surgia o seu primeiro livro, “O Retrato de Vénus”, um corajoso poema que lhe mereceu um processo em tribunal.
Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo, movimento artístico-literário então já dominante na Europa.
Regressa em 1826 e passa a participar na vida política aplicando-se em trabalhos políticos que fixaram as bases de doutrinação liberal por que irá pautar toda a sua posterior carreira de «homem público». 
No período conturbado que se seguiu, o trajecto pessoal do escritor (já casado com uma menina elegante, Luísa Midosi) entrelaça-se com a história política do Liberalismo. A revolução foi um breve momento de entusiasmo liberal, logo desfeito pela chegada ao poder da facção conservadora, que apoiava o Infante D. Miguel.
 
No entanto em 1828 é obrigado a exilar-se novamente depois da contra-revolução de D. Miguel. No entanto, o escritor encontra na circunstância penosa do exílio uma oportunidade intelectualmente vantajosa. A permanência em França e Inglaterra permitiu-lhe conhecer o movimento cultural europeu, na sua dimensão artística e ideológica. A publicação (ainda em Paris) dos poemas Camões e Dona Branca – os primeiros textos românticos portugueses – constitui o resultado mais simbólico e expressivo dessa experiência. Seguiu-se a guerra civil, período em que ao novo rumo do gosto literário junta a pedagogia liberal de uma legalidade constitucional e de uma prática das liberdades, colaborando directamente nos primeiros monumentos legislativos do liberalismo e iniciando-se na carreira diplomática.
Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV e participa no cerco do Porto. Exerceu funções diplomáticas em Londres, em Paris e em Bruxelas. Após a Revolução de Setembro (1836) foi Inspector-geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Nacional.
Durante os anos 40, sob o regime autoritário de Costa Cabral, Garrett destaca-se na oposição; no entanto, o  entusiasmo e o fervor militante vão-se exaurindo, perante a instabilidade política, o materialismo triunfante e o própria alteração do ideal liberal. Descontente com o suceder da revolução, afasta-se da vida pública em 1847. Desse desencanto patriótico dá testemunho a algumas obras publicadas neste período, o mais fértil da criação literária garrettiana (O Alfageme de Santarém, Frei Luís de Sousa, Viagens na Minha Terra e O Arco de Sant’Ana, por exemplo).
Em 1851 regressa ao Parlamento, já sob a acalmia política da Regeneração. Recebe nesta derradeira fase da vida alguns gestos oficiais de consagração: é feito visconde, em 1851 e nomeado Par do Reino, no ano seguinte; chega ainda a ocupar um cargo ministerial (Negócios Estrangeiros), de que seria demitido pouco tempo depois.
Irá falecer a 9 de Dezembro de 1854, vítima de cancro, em Lisboa, na sua casa situada na actual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique, depois de uma vida sentimental romanticamente atribulada: um casamento juvenil mal sucedido, com Luísa Midosi; a morte prematura da segunda companheira, Adelaide Pastor, que lhe deixa uma filha ilegítima; e por fim uma paixão infiel, com a Viscondessa da Luz, celebrada em versos escandalosos.
Amante de prazeres materiais, galante e apaixonado, foi sempre um notável actor do palco social romântico, sabendo regressar em seu favor a imagem de dandy cosmopolita que sempre cultivou. No topo de uma carreira brilhante e de uma vida intensamente gozada, Almeida Garrett podia justamente orgulhar-se de ser (palavras suas)  «… um verdadeiro homem do mundo, que tem vivido nas cortes com os príncipes, no campo com os homens de guerra, no gabinete com os diplomáticos e homens de Estado, no parlamento, nos tribunais, nas academias, com todas as notabilidades de muitos países – e nos salões enfim com as mulheres e com os frívolos do mundo, com as elegâncias e com as fatuidades do século.»
 
Obra
Tem o grande mérito de ser o introdutor do Romantismo em Portugal ao nível da criação textual - processo que iniciou com os poemas Camões (1825) e D. Branca (1826).
Ainda no domínio da poesia são de destacar o Romanceiro (recolha de poesias de tradição popular cujo 1.º volume sai em 1843), Flores sem Fruto (1845) e a obra-prima da poesia romântica portuguesa Folhas Caídas (1853) que nos dá um novo lirismo amoroso.
Na prosa, saliente-se O Arco de Sant'Ana (1.º vol. em 1845 e 2.º em 1851), romance histórico, e principalmente as suas célebres Viagens na Minha Terra (1846). Com este livro, a crítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal.
E quanto ao teatro, deve mencionar-se Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1841) e sobretudo o famoso drama Frei Luís de Sousa (1844).
Conclusão
Ao elaborar este trabalho verifiquei que Almeida Garrett foi o impulsionador do Romantismo em Portugal e um dos escritores mais completos de toda a história de Portugal.
Almeida Garrett foi o escritor que melhor soube entender o mundo do seu tempo e deu-o a compreender aos futuros.
Um dos interesses deste mesmo homem foi o Romantismo, e as razões por esse mesmo foi a simplicidade, os sentimentos e a espontaneidade.
A arte, para o romântico, não se pode limitar à imitação, mas ser a expressão directa da emoção, da intuição, da inspiração e da naturalidade vividas por ele na hora da criação, anulando, por assim dizer, o perfeccionismo tão elevado pelos clássicos. Não há retoques após a criação para não comprometer a autenticidade e a qualidade do trabalho.
Comprometido com o seu tempo e ansioso de intervir nos destinos do país, Almeida Garrett não foi apenas escritor, mas também cronista, historiador, etnógrafo e crítico consciente. E os seus livros testemunham como poucos a época e o país em que viveu.
Mostro assim, perante este trabalho, os meus conhecimentos por Garrett.»


(texto com algumas alterações)

Como é... a música de Chopin?


Quem foi... Frédéric Chopin? pela Filipa

 
 
" Este senhor que se apresenta na imagem em cima, chamava-se Frédéric François Chopin, nasceu numa aldeia a aldeia de Żelazowa Wola, Ducado de Varsóvia a 1 de março de 1810, apesar de não haver certidão de nascimento conhecida. Foi batizado no dia 23 de abril do mesmo ano. Em  Paris fez carreira como intérprete, professor e compositor.
 
A música de Chopin é, entretanto, considerada por muitos como um ponto culminante do estilo romântico. A pureza clássica relativa e a discrição em sua música, com pouco exibicionismo extravagante, em parte reflete sua reverência por Bach e Mozart. Chopin nunca cedeu à explícita "pintura cênica" em sua música ou usou títulos programáticos, punindo os editores que renomearam suas peças desta forma.”
 

Como é... a música de João Domingos Bontempo?


Quem foi... João Domingos Bontempo? pela Letícia



João Domingos Bomtempo foi um grande pianista e compositor, nascido a 28 de Dezembro de 1775 em Lisboa, e que morreu no dia 18 de Agosto de 1842 no mesmo local.

Algumas Obras:

Op. 1 \ Sonata (para piano) No.1 em Fá maior

Op. 2 \ Concerto para Piano No.1 em Mi Bemol Maior

Op. 3 \ Concerto para Piano No.2 em Fá Menor

Op. 4 \ Fandango & Variações para piano

Op. 5 \ Sonata No. 2 em Dó Maior

Op. 6 \ Introduction, 5 variations&fantasyonPaisiello'sfavoriteair for piano

Op. 7 \ Concerto para Piano No.3 em Sol Menor

Op. 8 \ Capriccio& Variações em "Godsavethe King" para piano em Mi Bemol Maior

Op. 9 No.1 \ Sonata No. 3 em Mi Bemol Maior

Op. 9 No.2 \ Sonata No. 4 em Dó Maior

 
O compositor esteve em Paris e Londres onde prosseguiu, com sucesso, a carreira de concertista e compositor. Foi em Paris que o compositor lusitano terminou a composição do Requiem "à memória de Camões" Op. 23. Regressou definitivamente a Portugal em 1820, após a proclamação da constituição, transformando-se no compositor oficial do novo regime. Em 1822 Bomtempo abre a primeira assinatura da Sociedade Filarmónica. Apesar do esforço, esta Sociedade não teve senão uma actividade irregular e com interrupções devido às vicissitudes políticas do primeiro Regime Constitucional. Criado o Conservatório de Música - que substituiu o Seminário da Patriarcal, instituído por D. João V em 1713 - foi Bomtempo nomeado seu Director (1834), lugar que ocupou até à sua morte e onde desenvolveu uma notável acção pedagógica. Na vasta obra de João Domingos Bomtempo contam-se, entre outras obras, 2 sinfonias, 6 concertos para piano, 2 cantatas, 1 série de quintetos e de sextetos de cordas e importantes composições corais sinfónicas, como a Missa de Requiem à memória de Camões. Manteve-se toda a vida fiel ao ideal liberal.É o nosso maior vulto musical do período romântico.»

 

Bibliografia consultada:                                                      


Quem foi... Goethe? pela Lídia

"Johann Wolfgang von Goethe (Frankfurt amMain, 28 de Agosto de 1749 — Weimar, 22 de Março de 1832) foi um escritor e pensador alemão que também fez incursões pelo campo da ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Friedrich Schiller, foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão SturmundDrang. De sua vasta produção fazem parte: romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas da arte, literatura e ciências naturais. Além disso, a sua correspondência epistolar com pensadores e personalidades da época é grande fonte de pesquisa e análise de seu pensamento. Através do romance Os Sofrimentos do Jovem Werther, Goethe tornou-se famoso em toda a Europa no ano de 1774. Mais tarde, com o amadurecimento de sua produção literária, e influenciado pelo também escritor alemão Friedrich Schiller, Goethe se tornou o mais importante autor do Classicismo de Weimar. Goethe é até hoje considerado o mais importante escritor alemão, cuja obra influenciou a literatura de todo o mundo.Aos 82 anos, em 22 de março de 1832, Goethe morre na cidade de Weimar.”
Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) é um romance de Johann Wolfgang von Goethe. Marco inicial do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico - ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como o final.
Neste livro, o suposto Jovem Werther envia por um longo período cartas ao narrador que, no próprio livro, através de notas de rodapé, afirma que nomes e lugares foram trocados.
O romance é escrito na primeira pessoa e com poucas personagens. Na época ocorreu, na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. Num estilo completamente adverso a Fausto, mas não menor que neste.”
Por que motivo foi importante para o movimento romântico?
Goethe foi um dos mais importantes escritores no romantismo porque “(…) a obra radica também noutro facto: a surpresa e o espanto causados pela morte de um colega da Universidade de Leipzig, que se suicidou para escapar a uma paixão sem esperança. O Werther, é, portanto, o fruto de uma experiência real e dolorosa, transfigurada através da imaginação. Essa é a razão por que o autor se refere ao romance que lhe trouxe popularidade como a uma "confissão geral". Afirmação verdadeira para toda a sua obra, tão interligadas estão, nela, vida e ficção.”

biografia- http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe
livro- http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sofrimentos_do_Jovem_Werther
motivo importante para o movimento romântico- http://www.casadobruxo.com.br/poesia/j/jgoethebio.htm

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Quem foi... Domingos Sequeira?, pela Flávia


Domingos Sequeira

Domingos António Sequeira nasceu em Lisboa no 10 de Março de 1768, e morreu em Roma a 7 de Março de 1837. Foi educado na Casa Pia de Lisboa, com uma pensão de D. Maria I partiu para Itália, estudou na Academia Portuguesa em Roma, foi professor no Porto e exilou-se em França. Era pintor, decorador e desenhador português. As suas obras mais importantes foram “A Ascensão da Virgem”, “A conversão de São Bruno “, “A morte de Camões” e “Os episódios da vida de Dom Afonso Henriques”. Ele foi um dos primeiros a explorar a sensibilidade romântica, o seu trabalho adquiriu uma dimensão internacional. “Criou as suas obras em Portugal, Itália e França, num persistente trabalho de pesquisa e estudo, o que revela a sua própria ambiguidade e complexidade.”

Fontes:

http://www.pitoresco.com/portugal/portugal/05_sequeira/sequeira.htm

 
A morte de Camões
 
 
N.B. Texto com ligeiras alterações.

Quem foi... Walter Scott?, pela Filipa

Biografia
«Romancista e poeta escocês (15/8/1771-21/9/1832). Considerado o criador do romance histórico, cujo enredo se baseia na pesquisa e na reconstrução de dados e fatos reais do passado. Nasce em Edimburgo e forma-se em direito em 1792, mas não exerce a profissão.
Interessado no trabalho literário, passa a pesquisar a história e as tradições regionais escocesas. Entre 1802 e 1803 produz o Cancioneiro da Fronteira Escocesa, que reúne canções populares. Em 1805, inspirado em histórias de tradição oral, escreve o poema O Canto do Último Menestrel, de grande sucesso. Em 1808 funda a revista literária Quartely Review e intensifica suas pesquisas.
A partir de 1814, dedica-se aos romances. Com obras como A Noiva de Lammermoor Uma Lenda de Montrose, torna-se responsável pela reabilitação desse género em seu país, até então visto como imoral. Inspira-se na história da Inglaterra para escrever romances de enredo medieval, como o clássico Ivanhoe (1819), TheAbbot (O Abade, 1820) e QuentinDurward (1823).
Obtém sucesso com eles, a ponto de ser o primeiro escritor a fazer fortuna com essa atividade. Entretanto, perde todo o lucro acumulado com a falência da editora Constable, à qual se associara. As dificuldades financeiras enfrentadas nos últimos anos de vida levam-no a publicar obras de qualidade inferior. Morre no Castelo de Abbotsford, em Roxburgh.


 
 
A obra surgiu num momento em que se procurava exaltar o nacionalismo, e obteve tamanho sucesso que o seu autor foi agraciado com título nobiliárquico. Nele os valores da cavalaria medieval são enaltecidos, assim como o heroísmo inglês.[1]
Embora protagonizado pelo cavaleiro Wilfred de Ivanhoé, são os personagens quase anônimos que encontram maior destaque do que este, a exemplo de Brian de Bois Guilbert, um templário, vilão que engendra várias maldades.[1]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivanho%C3%A9

N.B. Texto com ligeiras alterações.


Como é... a música de Robert Schumann? (Arabesque) (Alexis Weissenberg)


Quem foi... Robert Schumann?, pela Eva


Robert Shumann
 
Nome: Robert Alexander Schumann
Data de Nascimento: 8 de junho de 1810, Zwichau, Saxônia (Alemanha)
Data da sua Morte: 29 de julho de 1856, Endenich (Alemanha)
País: Saxónia
Ocupação: Compositor, crítico de música
 
Romantismo




Schumann é o maior compositor do Romantismo alemão. É forte, na sua obra, o lado noturno do Romantismo, o pessimismo profundo, influenciado por Byron. Schumann também foi excelente crítico de música. Foi severo com Rossini e Meyerbeer, reconheceu o valor de Mendelssohn, descobriu obras inéditas de Schubert, saudou devidamente Chopin e adivinhou o gênio de Brahms. Por conseguinte, mesmo na sua vida privada, Schumann correspondeu aos parâmetros do romantismo, nos quais amores enredados, impossíveis, se alternavam com insanidade, delírios fantasmagóricos e volúpia pela morte. Dentro da diversidade das sensações exploradas e abrangidas pelo Romantismo, Robert Schumann inclinou-se pela Melancolia, tema que alimentou uma plêiade de poetas do seu tempo, a começar pela recorrência ao Amor Melancólico de Heinrich Heine, que lhe inspirou diretamente incontáveis lieder.
A melancolia é um estado de espírito, uma sensação que se abate como se fora um prenúncio de uma morte, a agonia de um amor ou do ser querido, uma ausência do humor e do prazer pela vida e tudo de bom que lhe diz respeito. Tanto nas peças para piano como nas letras que o inspiravam, tais situações depressivas eram exploradas ao extremo por Schumann (como no caso do clássico Träumerei ou Geweit Ich Hab Traum Im/Träume mir, lagest im du Grab).



Entre as suas composições mais conhecidas encontram.se Davidsbündlertänge (1837), Phantasiestücke(1837), Kindersgenen (1838), Kreileriana (1838), Arabaske (1838), Humoreske (1838), Novelletten (1838),Faschingsschwank aus Wien (1838-40), Symphony N.º 1 in B-Flat Major (1841), Piano Quintet in E-FlatMajor (1843), Piano Concerto in A Minor (1845) e Symphony N.º 3 in E-Flat Major (1850-51).
Nota Bibliográfica
 
http://www.infopedia.pt/$robert-schumann»

N.B. Texto com ligeiras alterações.
 

domingo, 7 de outubro de 2012

Frantz Liszt... a sério


Franz Liszt... a brincar


Quem foi... Frantz Liszt?, pela Marta


      «Franz Liszt
 
 
22/10/1811, Raiding, Boêmia (Hungria)
31/07/1886, Bayreuth (Alemanha)
Liszt iniciou-se no piano com o pai. Aos 14 anos de idade, compôs  a sua primeira ópera, em um ato, "Don Sancho". Conheceu Chopin, Berlioz, Lamartine, Victor Hugo, George Sand e Heinrich Heine, e familiarizou-se com o romantismo. Em Itália Liszt compôs as famosas "Rapsódias Húngaras", os "Estudos Transcendentais", além de transcrever inúmeras peças para piano, das quais se destacam as coletâneas "Anos de Peregrinação" e "Harmonias Poéticas e Religiosas".








Liszt escreveu duas sinfonias, a "Sinfonia Dante", inspirada na "Divina Comédia" de Dante Alighieri, e a "Sinfonia Fausto", composta por diferentes quadros que caracterizam as personagens de "Fausto", do escritor alemão Goethe.
O músico também possui inúmeros lieder e peças para música de câmara, das quais se devem destacar aquelas para violino e piano. A sua "Sonata em Si Menor", apesar de não ter agradado a Johannes Brahms, que diz ter adormecido durante a execução, é provavelmente a maior obra do compositor húngaro.
Fez uma visita à Inglaterra, em 1886, mas a viagem esgotou-o. Em Budapeste foi festejado como compositor nacional da Hungria. Liszt morreu na casa de Wagner, em Bayreuth, a
31 de julho de 1886, sendo considerado o maior pianista do século 19.
 
                                 Principais Obras

Rapsódia húngara n.º 2

Tema principal da Friska da Rapsódia Húngara n.º 2 de Franz Liszt.
A Rapsódia Húngara No. 2 é a segunda e mais famosa obra de um conjunto de 19 rapsódias compostas por Franz Liszt. Poucas composições de piano atingiram tal popularidade e permitiram ao pianista a revelar sua habilidade excepcional, além de oferecer ao ouvinte uma irresistível e imediata apreciação musical. http://www.youtube.com/watch?v=SKVgQQfeUjE
Bibliografia