Comunidade de leitura virtual dos alunos e professores da turma E do 11º ano da Escola Secundária de Vila Verde **************************************************************************************************************************************************************************************** Disciplina de opção: Literatura Portuguesa
domingo, 25 de março de 2012
Trabalhos em falta
Não entregaram o segundo P.I.L. o Carlos, a Eva, a Filipa de Jesus, o João, a Micaela e o Cristiano.
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Literatura Portuguesa em disparates
terça-feira, 20 de março de 2012
Lista branca...
... dos alunos que, avisados oralmente e via quadro da sala, trouxeram o manual de Literatura para a aula de hoje: Ana Catarina, Cristiana, Filipa Araújo, Letícia, Marta e Micaela. Os outros... não.
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Literatura Portuguesa em disparates
domingo, 18 de março de 2012
Uma professora à beira de um ataque de nervos II
Lido nos Projetos Individuais de Leitura (transcrição ipsis verbis):
«Vai ser dificil fazer um relatorio faseado de leitura de um conto que li em apenas uns minutos, mas no que, mesmo assim, perdi umas horas.
Já tinha lido este conto no ano passado, mas mesmo assim decidi le-lo. Lia o conto enquanto jogava "Playstation3" pois, deste modo, podia entreterme a jogar ao mesmo tempo que examinava a historia.»
«Gostei muito de ler este livro, foi muito interessante pois nunca tinha lido um livro baseado em novela.»
«Gostei muito de ler este livro, foi muito interessante pois nunca tinha lido um livro baseado em novela.»
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Literatura Portuguesa em disparates
sábado, 17 de março de 2012
Aprender com Pedro Mexia
Entendamo-nos: não quero que escrevam como Pedro Mexia. Não quero que escrevam como ninguém. Quero que escrevam de forma simples, pensando algo como: "Como dar uma ideia clara deste livro à pessoa que ler o meu PIL?"
Regra n.º 1: Ler. Ler muito bem. Ler quantas vezes forem necessárias para entender. (mesmo assim não entendem? não gostam? é fácil: a lista de livros é extensa, escolham OUTRO livro).
Regra n.º 2: Pensar. O que vou dizer? Como vou estruturar o meu texto?
Regra n.º 3: Escrever tópicos.
Regra n.º 4: Procurar informação acerca daquele livro ou daquele autor. (Porquê só agora?, perguntam vocês. Por causa da "angústia das influências". Porque devem pensar primeiro, sem que ninguém vos influencie. Depois consultam outras fontes e tanto podem concordar como discordar. Podem - e devem - referir essa concordância/ discordância no PIL)
Regra n.º 5: Começar a redigir. Incluir as regras de análise (categorias da narrativa, do texto dramático, do texto poético) que aprenderam. Com simplicidade, quando vier a propósito. Não há autor (a não ser na parte biográfica ou para evitar repetições desagradáveis), há narrador, dramaturgo, sujeito (ou eu) poético). Exemplificar cada afirmação vossa. Transcrever com correcção.
Regra n.º 6: Reler, pondo-se "nos sapatos" de quem vai ler o PIL: perceberá o que eu quero dizer? escrevi o essencial ou escapou-me algo? a minha escrita é clara? Fiz uma apreciação geral, desenvolvi-a e justifiquei as minhas afirmações, concluí aludindo de forma concisa a tudo o que está para trás?
Uma professora demasiado exigente
Acertarão, se estiverem a pensar «A minha professora de Literatura não está bem. Decididamente, não está bem. Olha eu, a falar de "metafísica agnóstica" no PIL - seja lá o que isso for... a escrever como um crítico formado em Direito. Um ministro do "Governo sombra". Um p-o-e-t-a. A sério: tirem-me deste filme. Socorro!!!»
Em minha defesa, devo dizer que escolhi este texto pela sua simplicidade (exceptuo, naturalmente, a "metafísica agnóstica"). Claro que, por estranho que pareça, o mais difícil é escrever textos que pareçam simples. O que há mais para aí é textos com palavras complicadíssimas, conceitos retorcidíssimos, que recorrem a -ismos e mais -ismos. Acreditem ou não, esses são geralmente mais fáceis de escrever do que textos escorreitos, que dizem ao que vêm sem ambiguidades. E são esses que eu quero ler.
Reparem no que faz Pedro Mexia: leu o livro (claro. Para mim. E para vocês?!). Faz uma apreciação geral ("um registo (...) decepcionado (...)"). Atendendo ao título (Como se desenha uma casa), refere-se, no resto do primeiro parágrafo, à forma como a casa é vista pelo sujeito poético e transcreve exemplos demonstrativos (usando as regras de transcrição que todos vocês deviam ter aprendido MAS AINDA NÃO APLICAM. Todos...).
No segundo parágrafo especifica os diversos cambiantes da casa nos poemas, exemplificando. Refere-se à atitude do sujeito poético (único vocábulo técnico utilizado, certo? e chegou, não chegou?) e qualifica-a: pessimismo agudo, intimista, ironia negra, etc.
No terceiro parágrafo alude-se a um segundo núcleo temático: as homenagens a amigos desaparecidos.
E, por último, a conclusão, que retoma tópicos analisados nos parágrafos anteriores, voltando à contradição entre as qualidades geralmente atribuídas à casa e à sua concepção nesta obra.
Dir-me-ão: "Mas, quanto a análise estilística...". Responderei: o Pedro Mexia não está a fazer um PIL, mas a escrever um texto jornalístico, pelo que esse tipo de abordagem não faria sentido.
Dir-me-ão: "Mas, quanto a análise estilística...". Responderei: o Pedro Mexia não está a fazer um PIL, mas a escrever um texto jornalístico, pelo que esse tipo de abordagem não faria sentido.
E se o Pedro Mexia escrevesse um PIL...
... escreveria algo assim:
«Como se desenha uma casa, de Manuel António Pina, tem um registo (...) decepcionado, aqui a metafísica é agnóstica, quase desistente. A "casa" não é apenas a habitação, mas "um sítio onde pousar a cabeça", ou mesmo a própria cabeça. Há elementos concretos de uma morada física, livros e gatos, noites insones e tristes: "Toma, este é o meu corpo, o que sobe as escadas/ em direcção à tua escuridão, deixando-me,/ ou a alguma coisa menos tangível,/ no seu lugar. // Também elas envelheceram, as escadas,/ também, como eu, desabitadas./ Anoiteceu, ao longe afastam-se os passos, provavelmente os meus,/ e, à nossa volta, os nossos corpos desvanecem-se como terras estrangeiras" (pág. 23).
«Como se desenha uma casa, de Manuel António Pina, tem um registo (...) decepcionado, aqui a metafísica é agnóstica, quase desistente. A "casa" não é apenas a habitação, mas "um sítio onde pousar a cabeça", ou mesmo a própria cabeça. Há elementos concretos de uma morada física, livros e gatos, noites insones e tristes: "Toma, este é o meu corpo, o que sobe as escadas/ em direcção à tua escuridão, deixando-me,/ ou a alguma coisa menos tangível,/ no seu lugar. // Também elas envelheceram, as escadas,/ também, como eu, desabitadas./ Anoiteceu, ao longe afastam-se os passos, provavelmente os meus,/ e, à nossa volta, os nossos corpos desvanecem-se como terras estrangeiras" (pág. 23).
A "casa" nestes poemas é um facto e um projecto, ou uma ruína, ou uma forma informe, ou uma casa feita de palavras: "a porta está fechada na palvar porta". Dentro da casa e dentro da cabeça "tudo envelheceu", tudo são "lembranças extenuadas" e não "sentido" que "conforte". O pessimismo de Pina raramente foi tão agudo, ou pelo menos tão intimista, desligado de factores externos, e até a ironia é negra. O sujeito poético sente que as palavras não lhe pertencem, que não responde ao seu nome, que a ausência não é uma omissão mas uma coisa. E dispensa o "sublime", que troca por um Lexotan.
As homenagens aos amigos desaparecidos, como Cesariny ou Eugénio, têm uma delicadeza tocante, mas são como que suspensões num conjunto de poemas onde o humano parece condenado por uma desumanidade que é, em última instância, a desumanidade do tempo, de uma "tardia idade", de um caminho em que "ficou tudo por fazer, o feito e o não feito".
O poeta vive das palavras, ou nem isso, de "restos de coisas que li", de memórias esparsas, de um último reduto a que chama "apenas emoções". E de um inquieto sentimento de perda que é o oposto da noção organizadora de casa: "Há em todas as coisas uma mais-que-coisa/ fitando-nos como se dissesse: 'Sou eu',/ algo que já lá não está ou se perdeu/ antes da coisa, e essa perda é que é a coisa" (pág. 20).» (Expresso, "Atual", 10/3/2012, p. 31)
quinta-feira, 15 de março de 2012
Uma professora à beira de um ataque de nervos
Palavras ou expressões consideradas aceitáveis num teste de Literatura Portuguesa (10º ano)
- chateados
- atirar-se a Inês
- dar uma volta
- medricas
- acentar
- torcer para
- mandão
- burrice
- papinha feita
- papinha toda
- mais boa
- parva
- farta
- fazer gato-sapato
- festeira
- galdéria
- virar moda
- dar para ver
- meter a colher
- gozar
- gabar-se
- pressioneira
- pertendente
- igoista
- entressada
- intressou-se
- intersseiro
- exerto
- assentar-se
- se asenta
- dicidiu
- entrivistou
- burriçe
- ilugiar-se
- mediúcre
- em vês
- querente
- imprecionada
- supresa
Conjugação verbal criativa
- levar-la
- realiza-se por realizasse
- gosta-se por gostasse
- devesse por deve-se
- mostrasse
- casa-se por casasse
- tive por teve
- acontece-se por acontecesse
- soube-se por soubesse
- fize-se
- quise-se
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Literatura Portuguesa em disparates
Cenário de correção do teste de avaliação sumativa
I
1. Este excerto surge na sequência da apresentação de Inês Pereira, jovem casadoira com ideias muito próprias. A alcoviteira Lianor Vaz traz-lhe uma carta de um pretendente, Pêro Marques, mas Inês desdenha-a. Ainda assim, aceita que Lianor lhe apresente o lavrador, como vemos nesta cena. Porém, a forma de falar, a apresentação e as maneiras de Pêro Marques não lhe agradam, pelo que Inês o recusa. É então que os Judeus casamenteiros lhe apresentam Brás da Mata, com quem acaba por casar.
2. Pêro Marques é um lavrador desajeitado, quer na forma como escreve (cf. carta), quer na forma como fala, hesitante e sem assunto ("Folguei ora de vir cá..."; "E assi que de maneira..."), quer, ainda, no seu desconhecimento da utilidade das cadeiras. É um proprietário abastado ("E ficamos dous eréos./Porém meu é o mor gado."), mas traz consigo, na primeira entrevista com a pretendida, peias, chocalhos e novelos, isto é, símbolos da sua vivência rústica. Também as pêras - que, ridiculamente, deixa que lhe roubem - remetem para o seu modo de vida rural.
No entanto, Pêro Marques gosta verdadeiramente de Inês ("Parece moça de bem."), preocupa-se com a sua reputação ("Cant'eu quero-me ir daqui,/Não diga algum demo alguém...") e promete-lhe uma fidelidade ("E prometo não casar/Até que vós não queirais") que cumpre.
3. a. Inês Pereira desdenha de Pêro Marques, chamando-lhe, de forma insultuosa, "João das Bestas", rejeitando as peias que ele lhe pede para segurar, duvidando da frescura das pêras (transportadas no capucho) e ironizando acerca da sua forma desajeitada e tímida de galantear.
b. A atitude de Inês Pereira deve-se ao facto de ela ter idealizado um marido discreto, bem falante e que partilhasse o seu gosto por festas.
4. A Mãe é cortês, convidando Pêro Marques a sentar-se e interessando-se pela sua fortuna. A partir do momento em que se apercebe que ele é abastado, sai discretamente de cena, para propiciar o clima amoroso. Trata-se de uma personagem experiente, sensata e pragmática, que conhece bem a filha e lhe tenta incutir cautela e juízo.
5. O cómico de caráter decorre da apresentação e das atitudes de Pêro Marques. O lavrador apresenta-se carregado de coisas inúteis, que o desvalorizam, deixa-se roubar, não tem um discurso convincente, não sabe cortejar Inês e não se apercebe de que esta troça dele.
6. O cómico de situação surge quando Pêro Marques demonstra desconhecer a utilidade da cadeira, sentando-se ao contrário, e quando se preocupa pelo facto de a Mãe (que o fez propositadamente) os deixar sozinhos.
7. Inês é a personagem que recorre mais à ironia, em à-parte ("Ó Jesu! que João das bestas!/Olhai aqule canseira!) ou em discurso direto ("Fresco vinha aí o presente/Com folhinhas borrifadas"). A sua ironia dirige-se exclusivamente a Pêro Marques.
8. O dramaturgo critica algumas franjas da sociedade portuguesa do século XVI. Nesta farsa, em particular, são postos em causa os clérigos que perseguem mulheres;os escudeiros fanfarrões mas cobardes e pelintras; as jovens fúteis e preguiçosas que pretendem ascender na escala social graças ao casamento; e os judeus alcoviteiros ávidos por dinheiro. Do ponto de vista temático, critica-se o materialismo, a ânsia de promoção social e o adultério. Estas críticas são concretizadas graças à criação de tipos sociais, que se envolvem em situações risíveis e recorrem a uma linguagem ridícula. Rindo-se, o público toma consciência da degradação de costumes, isto é, "Ridendo castigat mores".
b. A atitude de Inês Pereira deve-se ao facto de ela ter idealizado um marido discreto, bem falante e que partilhasse o seu gosto por festas.
4. A Mãe é cortês, convidando Pêro Marques a sentar-se e interessando-se pela sua fortuna. A partir do momento em que se apercebe que ele é abastado, sai discretamente de cena, para propiciar o clima amoroso. Trata-se de uma personagem experiente, sensata e pragmática, que conhece bem a filha e lhe tenta incutir cautela e juízo.
5. O cómico de caráter decorre da apresentação e das atitudes de Pêro Marques. O lavrador apresenta-se carregado de coisas inúteis, que o desvalorizam, deixa-se roubar, não tem um discurso convincente, não sabe cortejar Inês e não se apercebe de que esta troça dele.
6. O cómico de situação surge quando Pêro Marques demonstra desconhecer a utilidade da cadeira, sentando-se ao contrário, e quando se preocupa pelo facto de a Mãe (que o fez propositadamente) os deixar sozinhos.
7. Inês é a personagem que recorre mais à ironia, em à-parte ("Ó Jesu! que João das bestas!/Olhai aqule canseira!) ou em discurso direto ("Fresco vinha aí o presente/Com folhinhas borrifadas"). A sua ironia dirige-se exclusivamente a Pêro Marques.
8. O dramaturgo critica algumas franjas da sociedade portuguesa do século XVI. Nesta farsa, em particular, são postos em causa os clérigos que perseguem mulheres;os escudeiros fanfarrões mas cobardes e pelintras; as jovens fúteis e preguiçosas que pretendem ascender na escala social graças ao casamento; e os judeus alcoviteiros ávidos por dinheiro. Do ponto de vista temático, critica-se o materialismo, a ânsia de promoção social e o adultério. Estas críticas são concretizadas graças à criação de tipos sociais, que se envolvem em situações risíveis e recorrem a uma linguagem ridícula. Rindo-se, o público toma consciência da degradação de costumes, isto é, "Ridendo castigat mores".
terça-feira, 6 de março de 2012
Simplificando...
Encontrei em http://www.educacao.te.pt/jovem/index.jsp?p=117&idArtigo=5321 um esquema cujos destinatários são alunos de 9º ano. Para mais informações, consultar oa nossa entrada http://comunidadeleitura.blogspot.com/2012/02/acerca-do-texto-dramatico.html
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Teste de avaliação sumativa
Objetivos
- Consolidar conhecimentos anteriores relativos ao género dramático
- Refletir sobre a relação existente entre o contexto histórico-social e a produção teatral vicentina
- Distinguir texto teatral de texto dramático
- Apreender as caraterísticas da farsa
- Interpretar as funcionalidades dos diferentes tipos de cómico
- Detetar a intenção crítica do dramaturgo
- Reconhecer a atualidade do teatro vicentino
domingo, 4 de março de 2012
Albrecht Dürer, um homem da Renascença
O autoretrato, expressão da importância do indivíduo que a Idade Média põe entre parêntesis (existe alguma autorepresentação - nas iluminuras, por exemplo - mas ela funciona como uma assinatura), emerge na Renascença com grande força. Albrecht Dürer (Nuremberga, 1471-1528) foi um dos seus maiores cultores. Reparem na forma como olha diretamente para o espetador.
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