Acertarão, se estiverem a pensar «A minha professora de Literatura não está bem. Decididamente, não está bem. Olha eu, a falar de "metafísica agnóstica" no PIL - seja lá o que isso for... a escrever como um crítico formado em Direito. Um ministro do "Governo sombra". Um p-o-e-t-a. A sério: tirem-me deste filme. Socorro!!!»
Em minha defesa, devo dizer que escolhi este texto pela sua simplicidade (exceptuo, naturalmente, a "metafísica agnóstica"). Claro que, por estranho que pareça, o mais difícil é escrever textos que pareçam simples. O que há mais para aí é textos com palavras complicadíssimas, conceitos retorcidíssimos, que recorrem a -ismos e mais -ismos. Acreditem ou não, esses são geralmente mais fáceis de escrever do que textos escorreitos, que dizem ao que vêm sem ambiguidades. E são esses que eu quero ler.
Reparem no que faz Pedro Mexia: leu o livro (claro. Para mim. E para vocês?!). Faz uma apreciação geral ("um registo (...) decepcionado (...)"). Atendendo ao título (Como se desenha uma casa), refere-se, no resto do primeiro parágrafo, à forma como a casa é vista pelo sujeito poético e transcreve exemplos demonstrativos (usando as regras de transcrição que todos vocês deviam ter aprendido MAS AINDA NÃO APLICAM. Todos...).
No segundo parágrafo especifica os diversos cambiantes da casa nos poemas, exemplificando. Refere-se à atitude do sujeito poético (único vocábulo técnico utilizado, certo? e chegou, não chegou?) e qualifica-a: pessimismo agudo, intimista, ironia negra, etc.
No terceiro parágrafo alude-se a um segundo núcleo temático: as homenagens a amigos desaparecidos.
E, por último, a conclusão, que retoma tópicos analisados nos parágrafos anteriores, voltando à contradição entre as qualidades geralmente atribuídas à casa e à sua concepção nesta obra.
Dir-me-ão: "Mas, quanto a análise estilística...". Responderei: o Pedro Mexia não está a fazer um PIL, mas a escrever um texto jornalístico, pelo que esse tipo de abordagem não faria sentido.
Dir-me-ão: "Mas, quanto a análise estilística...". Responderei: o Pedro Mexia não está a fazer um PIL, mas a escrever um texto jornalístico, pelo que esse tipo de abordagem não faria sentido.
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