segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

E ainda, acabadinho de renovar...

Largo do Toural

«O Largo do Toural é uma espécie de "sala de visitas", que, fruto da intervenção apadrinhada pela Fundação Guimarães 2012, hoje apresenta um perfil diferente do das últimas décadas. A sua história remonta ao século XVI, mas a configuração actual vem de Setecentos, do tempo da construção da Igreja de São Pedro (que ficou incompleta, faltando-lhe a segunda torre) e principalmente da dita "frente pombalina" (um desenho enviado pela Rainha D. Maria I), e cuja unidade contrasta com as fachadas do centro histórico. A recente intervenção neste largo, e na Alameda de São Dâmaso que lhe dá continuidade urbanística, teve assinatura da arquitecta Maria Manuel Oliveira, e o novo piso (representando o mapa do núcleo histórico classificado pela UNESCO) foi desenhado pela pintora Ana Jotta. »
Lido em 23/1/2012 em http://fugas.publico.pt/Viagens/299384_dez-passeios-por-guimaraes-dez-seculos-de-arquitectura-s-aos-nossos-pes?pagina=-1 e, talvez, um pouco, censurado: não transcrevi aquilo com que não concordo.

Também vamos ver...

Museu de Alberto Sampaio

«Geminado com a Igreja da Oliveira, o Museu de Alberto Sampaio (homenagem a um historiador local) abriu em 1928 nas instalações do velho mosteiro para mostrar a valiosa colecção da Colegiada: escultura medieval e renascentista, pintura, ourivesaria e peças icónicas dos primeiros tempos da nacionalidade, como o cálice românico de D. Sancho I, ou o loudel que D. João I usou em Aljubarrota. Vale também a visita o seu meio claustro, a mostrar mais uma dessas cicatrizes do desenvolvimento urbano.»
Lido em 23/1/2012 em http://fugas.publico.pt/Viagens/299384_dez-passeios-por-guimaraes-dez-seculos-de-arquitectura-s-aos-nossos-pes?pagina=-1

O que vamos ver

«Igreja de Nossa Senhora da Oliveira

No regresso à História e ao centro urbano, desaguamos no Largo da Oliveira, onde as arcadas dos antigos Paços do Concelho fazem a ligação com a Praça de Santiago, mantendo o figurino medieval. Vale a pena entrar e subir ao primeiro piso da velha câmara para admirar, na sala das audiências, um tecto de madeira em masseira decorado com uma belíssima pintura a óleo representando a Justiça e a deusa grega Atena. Crê-se que a pintura, que foi restaurada recentemente, date dos séculos XVII-XVIII.

O Largo da Oliveira - lugar fundador de Vimaranes e que mantém uma "réplica" da árvore associada à lenda das origens - é dominado pela Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, mandada construir no final do século XIV por D. João I, a assinalar a vitória em Aljubarrota. O seu interior "está cheio de cicatrizes da História", mostra-nos Ricardo Rodrigues, chamando a atenção, por exemplo, para os vestígios de pinturas sobre o granito das colunas e das paredes - "é errada essa ideia agora muito generalizada de que o granito era sempre deixado em pedra viva", diz o arquitecto - , mas também para as "coisas imperfeitas" que denotam o passar do tempo e nos dão pistas de leitura para as diferentes épocas e estilos.»

Guimarães, uma recuperação exemplar

«"Ad vos homines qui venistis populare in Vimaranes et ad illos qui ibi habitare volerint". (...)"A vós homens que viestes povoar em Guimarães e àqueles que aqui quiserem habitar" -, que a mensagem não nos é dirigida tanto a nós, visitantes ou turistas acidentais, mas aos habitantes desta terra, de quem se diz que não são cidadãos iguais aos outros.

Não foi ao acaso que o arquitecto Fernando Távora (1923-2005), com raízes familiares vimaranenses, decidiu inscrever esta frase numa das praças do centro da cidade de cujo restauro se ocupou desde que, em 1980, elaborou o Plano Geral de Urbanização de Guimarães. A sua preocupação principal, e a da equipa do Gabinete Técnico Local (GTL) constituído pela câmara em 1983, foi servir, em primeiro lugar, os habitantes do centro histórico.

"O nosso programa teve como princípio ordenador não expulsar ninguém das suas casas; simultaneamente tivemos o cuidado de refazer o antigo sem deitar nada fora", explica a arquitecta Alexandra Gesta, vereadora da autarquia e responsável, desde o início, pelo projecto de requalificação urbana do centro histórico.

Quem chega a Guimarães e percorre as suas ruas estreitas e praças aconchegadas constata que esse programa foi concretizado com sucesso. A roupa a secar nas varandas floridas, as mulheres às janelas conversando com os vizinhos, as crianças a jogar à bola na rua, as bancas às portas das mercearias, as pessoas cumprimentando quem passa, mostram que estamos perante gente da terra. E que se distingue facilmente dos habitantes que, desde o século XVIII, fizeram crescer a cidade para fora das muralhas que delimitam o núcleo classificado pela UNESCO em 2001.»


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

E tu, vais fazer parte?

Espreitando o guarda-roupa de D. João I

No museu Alberto Sampaio podemos apreciar uma peça de vestuário que D. João I terá envergado na Batalha de Aljubarrota:

Monumentos vimaranenses relacionados com a época que estamos a estudar

Lido em http://www.cm-guimaraes.pt/ (19/1/2012)

«Muralhas de Guimarães

Representam vestígios das muralhas que envolviam a urbe vimaranense nos reinados de D. Dinis e D. João I – séculos XIV e XV. Alguns historiadores remetem as origens destas muralhas para o século X.

Igreja Nossa Senhora da Oliveira



Foi mandada reedificar pelo rei D. João I no século XIV, em consequência de uma promessa feita à Virgem Maria pela sua vitória da Batalha de Aljubarrota.

Padrão de D. João I

De acordo com alguns historiadores, este Padrão terá sido mandado construir por D. João I, no século XIV, para comemorar a vitória da Batalha de Aljubarrota.»

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Um herói à nossa medida

A aleivosa


«
D. Leonor (1350?-1386)
"D. Leonor Teles de Meneses era sobrinha de D. João Afonso Telo, 4º conde de Barcelos, e irmã de D. João Afonso Teles de Meneses, 6º conde de Barcelos, de D. Gonçalo Teles de Meneses, conde de Neiva, e de D. Maria Teles de Meneses. Foi casada com D. João Lourença da Cunha, de quem teve um filho, Álvaro da Cunha. Conseguida a anulação do seu primeiro matrimónio, casou com D. Fernando, em Leça do Bailio, em 1372."
Bibliografia nº3 pág.168»

(encontrado em http://www.citi.pt/cultura/historia/historiadores/fernao_lopes/leonor.html, 18/1/2012 )

Álbum de casamento de D. Fernando e D. Leonor Teles



Enquadramento histórico da "Crónica de D. João I"

Pareceu-me interessante este texto que encontrei na Breve História de Portugal de A. H. de Oliveira Marques (pp. 116-117). O livro (de que transcrevi apenas um excerto) está disponível para requisição na Biblioteca.

«As primeiras querelas sociais haviam já começado quando D. Fernando casara com Leonor Teles (1372). Prosseguiram durante todo o reinado, acirradas pelo descontentamento que a política bélica provocava de norte a sul do País. (...) Na falta de herdeiro masculino, a sucessão de D. Fernando passou para a sua única filha legítima. D. Beatriz, que ele casara com D. João I, rei de Castela, depois da sua terceira derrota. As cláusulas do matrimónio confiavam a regência e o governo do reino à rainha-mãe Leonor Teles, até filho ou filha nascer a Beatriz. Quaisquer que fossem as circunstâncias, os dois reinos deveriam viver permanentemente separados.
Manobras políticas e ambições pessoais impediram qualquer solução pacífica. D. João I de Castela decidiu invadir Portugal e tomar conta do poder. A este passo violento moveu-o, porventura, a crescente oposição ao governo de Leonor Teles e do seu amante, o conde João Fernandes Andeiro, um nobre galego.
Andeiro e Leonor, provavelmente apoiados pela maioria da nobreza terratente, tinham contra si as fileiras médias e inferiores da burguesia, sob o comando do mestre de Avis, D. João, filho ilegítimo do rei D. Pedro. Ao que parece, o mestre de Avis convidara a princípio o monarca castelhano a entrar em Portugal, de preferência a aceitar uma situação perigosa para os seus partidários e para si próprio. Mais tarde, porém, a situação mudou. O ódio contra Castela e os castelhanos (estava ainda fresca na memória de todos a devastação passada que se lhes devia) obrigou o Mestre de Avis a encabeçar uma revolta contra os dois grupos: Leonor Teles-Andeiro e D. João I-Beatriz. Ele próprio ajudou a matar o Andeiro, obrigou a rainha D. Leonor Teles a  fugir e unir forças com D. João I de Castela e proclamou-se a si próprio "regedor e defensor do reino".»

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Vale a pena assistir

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Rapsódia de Fernão Lopes

Eu e a Ana andamos a ler As crónicas Fernão Lopes em versão integral (seleccionadas e transpostas em português moderno por António José Saraiva). Já tinha lido uma edição clássica, e devo confessar que esta leitura se está revelar bem mais agradável. Daí que, embora não o possa sublinhar (o livro não é meu), me apeteça destacar alguns excertos, "a saber":

testemunho da extraordinária crueldade de D. Pedro

  • face aos assassinos de Inês de Castro: "A maneira da morte deles seria muita estranha e crua de contar, porque a Pero Coelho mandou arrancar o coração pelo peito, e a Álvaro Gonçalves, pelas espáduas. E tudo o que se passou seria cousa dolorosa de ouvir. Finalmente el-rei mandou-os queimar. E tudo foi feito diante dos paços onde ele estava, de maneira que, enquanto comia, olhava o que mandava fazer." (p. 52)
  • sentido de humor arrevezado: quando Pero Coelho o insulta, "El-rei, dizendo que lhe trouxessem cebola e vinagre para o coelho, enfadou-se deles e mandou-os matar." (idem)
  • o pendor de justiceiro do monarca, não olhando a interesses: quando o escudeiro Afonso Madeira consumou a sua paixão por Catarina Tosse, casada com o corregedor da corte Lourenço Gonçalves "E como quer que o rei muito amasse o escudeiro (mais do que se deve aqui dizer), posta de parte toda a benquerença, mandou-o tomar na sua câmara e cortar-lhe aqueles membros que os homens em maior apreço têm. Afonso Madeira foi pensado e curou-se, mas engrossou nas pernas e no corpo e viveu alguns anos com o rosto engelhado e sem barba. Morreu depois, de sua morte natural." (pp. 41-41)
o amor, sempre o amor

  • «Outros diziam que isto era assim como dor que ao homem dava, ao mesmo tempo, prazer e desprazer, e que todos os sabedores  concordavam que todo o homem namorado tem uma espécie de sandice.» (sandice=loucura)
  • «Assim ferido do amor de [Leonor Teles], no qual todo o seu coração estava posto, de dia em dia aumentava mais a chaga [de D. Fernando], sem descobrir porém a ninguém esta benquerença tão grande que no seu coração começava a morar." (p. 73)
o dinheiro, sempre o dinheiro
  •  "Quando el-rei D. Fernando reinou e começou a guerra com el-rei D. Henrique, sem o aprazimento dos povos do reino, sem o fazer saber aos prelados e sem qualquer outro consentimento, mudou as moedas [onde é que já vi isto?!], e fez outras como lhe apeteceu", e
  • "Era espanto ver a simplicidade das gentes, não somente do povo miúdo, mas dos privados de el-rei e do seu Conselho, que mandavam à Casa da Moeda trocar a prata, julgando que faziam grande proveito, porque a tinham comprado a dezoito libras de dinheiros afonsinos e recebiam por ela vinte e sete libras, que eram vinte e sete barbudas, não reparando na fraqueza da moeda, mas na multiplicação das libras." (pp. 70-71)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O programa que nos rege

Caros alunos:

Espero que tenham um bom ano pessoal e escolar. 
Hoje gostaria de partilhar convosco o programa de Literatura Portuguesa, para que saibam o que estudamos, por que motivo o fazemos e o que se espera de vós nas aulas, nos testes de avaliação sumativa e nos projetos individuais de leitura:
As indicações do GAVE relativas a esta disciplina clarificam o resultado, isto é, o que se espera da vossa prestação no exame: